Leituras que inspiram viagens

Estátua de Graciliano Ramos na Orla de Maceió/AL


Quando viajamos, nós nos preparamos de diferentes formas: Giuliano consulta mapas, estradas, caminhos, roteiros... e eu, Suzana, amo ler. Gosto de ler os guias de viagens, os posts dos blogs de viagem que falem sobre o lugar (e ver vídeos também!); eles nos ajudam a escolher os passeios para otimizarmos a experiência.

Mas, além disso, gosto de ler livros de autores do local a ser visitado; afinal, muitas vezes eles nos dão visões interessantes, porque falam do que conhecem bem... algumas leituras nos transportam para estes lugares, antes mesmo de irmos! Quando visitamos um lugar, gostamos de conhecer os costumes, a gastronomia, curiosidades, de conversar com as pessoas de lá... é essa curiosidade que nos move a viajar!

Quero falar de três autores e três viagens.

A primeira autora é Rachel de Queiroz e o livro "O Não me Deixes: suas histórias e sua cozinha". Foi um livro que ganhei de presente de uma grande amiga, Daniela, antes de viajar para o Ceará, em 2011. Eu já tinha me encantado por Rachel de Queiroz com os livros "O Quinze" e "Memorial de Maria Moura" - gostei muito de ambos! "Não me Deixes" é o nome da fazenda da família de Rachel e no livro há o relato de lembranças e receitas de iguarias do Ceará. E já me deixou com água na boca antes mesmo de chegarmos... a cajuína, por exemplo, que eu nunca tinha provado e já sabia que amaria, pois amo caju. Foi uma das primeiras coisas que provamos quando chegamos à Fortaleza, uma delícia! No livro, é narrada a história da invenção da bebida por Rodolpho Teófilo, farmacêutico cearense.



Mas o que me encantou foi quando fomos fazer um passeio à Praia de Águas Belas, na cidade de Cascavel/CE. Passamos pelo Engenho São Luís e a nossa guia de viagem disse que além das rapaduras havia um bolo típico da região, chamado "pé de moleque"; que não era tão bom quanto o que a mãe dela fazia, mas que também era muito gostoso e que merecia ser provado. Na hora pensei que tinha lido a receita no livro de Rachel de Queiroz e fiquei muito curiosa para provar. Que delícia! Feito de carimã (uma massa de mandioca), castanha de caju, rapadura e especiarias, nada se parece com o pé de moleque feito de caramelo de açúcar e amendoim que comemos aqui em São Paulo. Fiquei fascinada com a oportunidade de provar algo tão tradicional!

Engenho São Luís em Cascavel/CE

O outro autor de quem quero falar é Mario Quintana. Em 2010, o Giuliano viajou à trabalho para o Rio Grande do Sul, na semana de nosso aniversário de casamento. Então, combinamos de nos encontrar lá para comemorarmos! Ele foi antes, na segunda-feira; e eu fui na sexta-feira. Tinha algumas horas para ficar em Porto Alegre e decidi visitar a Casa de Cultura Mario Quintana.

Figura de Mario Quintana na Casa de Cultura que o homenageia

Trata-se do prédio onde funcionou o Hotel Majestic, onde o escritor morou de 1968 a 1980. Além de abrigar vários espaços dedicados a várias artes, há o quarto do poeta - o ambiente é uma reconstrução fiel, através de móveis e objetos pessoais do escritor, de onde Mario Quintana viveu. A reconstituição foi coordenada pela sobrinha do poeta, Elena Quintana.

Antes dessa viagem - e durante também - me deleitei com alguns livros de poesia de Mario Quintana, de quem sou muito fã... e a visita a Casa de Cultura me deixou embevecida!



O terceiro autor é Graciliano Ramos, escritor alagoano. Alagoas é um estado que gostamos muito; é onde mora minha família materna e de uma beleza que impressiona! Gostei muito de "Vidas Secas", mas ler "Infância", no qual Graciliano relata suas memórias e "Alexandre e outros heróis", contos baseados no folclore nordestino, foi pensar em várias histórias que minha mãe e minha vó contam... E na orla de Maceió, há desde 2015, uma estátua de bronze em homenagem ao escritor; é a foto que abre este post e nós também a mostramos nesse vídeo que fizemos para o Canal SerrAcima:



Bem, ler é viajar sem sair do lugar... mas pode nos inspirar a visitar lugares!

A gente se vê na estrada!


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